O médico veterinário e coordenador do projeto Felinos Pantaneiros, Diego Viana, explica que no Pantanal nenhuma presa de onças-pintadas se compara ao ser humano.
“Vamos pensar cientificamente, o que as onças comem no Pantanal? Não existe nenhuma presa da onça-pintada que seja bípede e da nossa altura. O maior macaco que temos aqui é um bugio, que fica em média na altura do joelho de um ser humano. Quando a onça vê pessoas, ela pode pensar que não é comida, mas é uma ameaça”, destaca Viana.
Apesar de viverem nas matas fechadas, as onças, por vezes, são avistadas em ambientes urbanos. No final de junho deste ano, militares de um quartel de Corumbá (MS) depararam-se com uma onça-pintada caminhando pelas dependências do local. Ela foi resgatada após se esconder em um banheiro.
Por isso, embora as possibilidades de encontrar uma onça em grandes centros urbanos sejam baixas, saiba o que fazer ao se deparar com uma “Juma” pessoalmente.
Apesar do susto, o importante é manter a calma ao avistar uma onça-pintada. Como o ser humano não se parece com as presas comuns dessa espécie, ela não irá reconhecer de imediato uma pessoa como potencial alimento, aponta o médico veterinário.
“Aqui no Pantanal é muito comum as pessoas falarem: ‘a onça não te ofende, ela só se defende’”, comenta Viana.
Com calma, estabeleça contato visual com a onça-pintada.
“O comportamento correto é manter o contato visual, não virar e sair correndo, senão você vai ter o mesmo comportamento de uma presa e assim como um gato ela vai querer brincar com você”, detalha o coordenador do Felinos Pantaneiros.
É importante permanecer olhando nos olhos da onça ao se afastar. Conforme Viana, afastar-se olhando para ela é a melhor forma dela não identificar a pessoa como presa.
O médico veterinário comenta que já cruzou com onças-pintadas três vezes enquanto estava caminhando. Segundo ele, seguindo as orientações acima, a onça foi a que se recuou primeiro.
“Em nenhum momento eu precisei me afastar, ela se afastou primeiro. A gente manteve o contato visual e ela foi embora”, conta.
Contudo, Diego ressalta que em determinadas circunstâncias a onça-pintada permanecerá onde está. “São situações de risco para as pessoas se a onça tiver com filhotes, com alimento ou se for um macho com fêmea no cio, ela não vai sair dali. ‘Estou protegendo o meu território, você que vá embora’”, finaliza.
Fonte: G1