Além da intensidade acima do normal dos incêndios do Pantanal e a fumaça invadindo Corumbá e Ladário, a população da região também está refém da emissão de gases nocivos por conta das queimadas.
Segundo o professor de Física e doutor em Geofísica Espacial, Widinei Alves Fernandes, em um incêndio ocorre a queima de matéria orgânica que produz primariamente água e dióxido de carbono.
Widinei coordena a Estação de Qualidade do Ar da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) e estava fazendo o monitoramento da qualidade do ar em Campo Grande.
“Na região de Corumbá ainda não existe o monitoramento da qualidade do ar, que permitiria medir a concentração dos poluentes, no entanto, alguns poluentes podem ser obtidos por sensores abordos de satélites”, diz.
De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), se expor por muito tempo a esses poluentes afeta a saúde. Vale ressaltar que, segundo as autoridades que atuam no Pantanal, este é apenas o início das queimadas. Ou seja, a população ainda deve continuar respirando aquele ar por alguns meses.
Conforme estimativas da OMS, a poluição do ar é responsável por cerca de 7 milhões de mortes prematuras por ano em todo o mundo, com mais de 300 mil ocorrendo na região das Américas.
A organização coletou um grande volume de evidências para demonstrar que os impactos da poluição atmosférica na saúde humana são tão graves quanto os associados ao tabagismo e a dietas não saudáveis.
A exposição aos gases faz com que crianças tenham o desenvolvimento pulmonar prejudicado, além de infecções respiratórias e piora na asma. Já entre os adultos, as doenças cardíacas e os derrames cerebrais são as principais causas de mortes prematuras atribuídas à poluição do ar.
Segundo dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), nas últimas 24 horas, Corumbá acumulava 231 focos de incêndio ativos. O acumulado para em 2024 já chega a 2.220, deixando a cidade como a que tem mais focos de fogo no Brasil.
Fonte: Midiamax