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Onças-pintadas resgatadas com queimaduras no Pantanal apresentam melhora 

Por Higor Alexandre | 28/08/2024 6:52

A equipe do Hospital Ayty, no (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres), realiza nesta quarta-feira (28) um novo manejo para a recuperação das onças-pintadas, Miranda e Antã, resgatadas com queimaduras no Pantanal de Mato Grosso do Sul. Os felinos apresentam melhora, graças ao tratamento intensivo.

Quando chegaram, ambos animais estavam com graves ferimentos nas patas, causadas pelos incêndios na região. Segundo o Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), a fêmea Miranda já mostra evolução na cicatrização.

O macho, Antã, que chegou mais debilitado, está progredindo. Ele precisa de medicação, pois sofreu lesões de terceiro grau que sofreu, com os ossos das patas expostos. Ele permanece sob vigilância rigorosa, enquanto sua recuperação avança lentamente. Antã foi socorrido na região do Passo do Lontra.

“Esses animais, símbolos de força e liberdade, agora lutam pela sobrevivência, abrigados nas instalações do CRAS. Além das onças, outros animais resgatados das áreas afetadas pelo fogo também estão sob cuidados intensivos. Filhotes de gatos-palheiros, veados e lobinhos, embora não apresentem problemas de saúde visíveis, estão em risco devido à sua idade, o que torna o processo de reabilitação mais delicado e prolongado”.

Cardápio dos felinos

O instituto ressalta que a alimentação é vital na recuperação dos felinos. Miranda e Aitã recebem diariamente cerca de 13 kg de carne bovina e de frango, e em breve começarão a receber peixe em suas dietas. Aitã consome entre 5 kg e 8 kg por dia, enquanto Miranda ingere de 3 kg a 5 kg.

“Na natureza, as onças-pintadas não se alimentam todos os dias, mas em uma semana podem consumir entre 35 kg e 40 kg de carne após uma caçada bem-sucedida. Quando foram resgatados, ambos estavam visivelmente desnutridos, provavelmente devido à falta de alimento na área destruída pelo fogo”.

Segundo especialistas, as lesões nas patas comprometem a mobilidade, impactando diretamente a capacidade de caça e de fuga – habilidades essenciais para a sobrevivência das onças na natureza. Portanto, o tratamento das feridas nas patas é fundamental para garantir que esses felinos possam retornar ao seu habitat natural com segurança.

“Nosso objetivo é devolver esses animais à natureza o mais rápido possível, para que possam continuar suas vidas onde foram encontrados,” afirma Aline Duarte, Gestora do CRAS.

O resgate das onças foi possíveis graças ao esforço conjunto do Gretap (Grupo de Resgate Técnico Animal Cerrado Pantanal), com apoio da PMA (Polícia Militar Ambiental) e do Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente). As ações integram a Operação Pantanal 2024, uma iniciativa que une forças na preservação da fauna local e na mitigação dos impactos dos incêndios que continuam a atingir o Pantanal.

Fonte Mídiamax