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Após quase 50 anos de trabalho na roça, mulher descobre que vai se aposentar e reação comove (vídeo)

Por Higor Alexandre | 30/06/2022 7:49
Reprodução/@adv.alexandrepereira/Instagram

Um vídeo comovente, gravado no interior do Maranhão neste mês, revela uma história de vida triste, porém ainda comum nos rincões do Brasil. Dona Ana Maria Mendes, de 55 anos, finalmente conseguiu se aposentar após quase cinco décadas de trabalho braçal na roça. Sim, ela começou a lida quando tinha apenas 6 anos. A reação dela, quando o advogado deu a notícia tão esperada, dá uma ideia do quão esse direito lhe parecia distante.

As imagens compartilhadas pelo advogado de dona Ana, Alexandre Pereira, mostram o instante em que a senhora descobre que conquistou a aposentadoria (assista abaixo) e, acompanhada da filha, “quebra os protocolos” – atribuídos ao tratamento formal entre cliente e advogado – quando se levanta para lhe dar um abraço de gratidão.

Em conversa com o BHAZ, Alexandre explicou o caso e relatou que também teve impactos pessoais durante ao longo do processo.

Uma vida de trabalho duro

Dona Ana Maria chegou até o jovem advogado por indicação. Analfabeta, ela vive em uma comunidade quilombola no interior maranhense, em Apicum-Açu, a uma hora do centro da cidade. A vida foi difícil: a mulher trabalhou desde os seis anos na roça para ajudar a mãe, que criou os filhos completamente sozinha e sem o apoio de um companheiro.

“Em cidades aqui do interior, a história se repete. Assim como a mãe, ela trabalha desde criança, criando os nove filhos sozinha. E tem muito a questão do machismo, das agressões. Ela chegou a me contar que se casou três vezes, mas os maridos partiam para cima dos filhos e ela se rebelou, preferiu ficar sozinha”, conta Alexandre.

Ainda segundo o profissional, a mãe de Ana Maria trabalhou até perder a visão e, infelizmente, não conseguiu se aposentar. Conhecendo as dificuldades de ser uma mulher trabalhadora e sem muitos recursos financeiros, com a ajuda da filha, dona Ana decidiu correr atrás do benefício previdenciário para não passar pela mesma situação.

Fonte: BHAZ